“African Wax Print Textiles”

6 de junho de 2018

Jean-Paul Gaultier, Yves Saint Laurent, Marc Jacobs, Cristopher Bailey, Junya Watanabe foram alguns dos estilistas que, num dado momento das suas carreiras, foram influenciados pela cultura africana para desenhar suas coleções. Não é de hoje que os designers e estilistas buscam inspiração na África, sobretudo, com a diversidade visual do continente africano, que tornou-se um tema recorrente nas passarelas nacionais e internacionais. Para contar a história do tecido que virou tendência no cenário da moda, a editora Prestel lançou “African Wax Print Textiles”, que ilustra com esmero as estampas folclóricas africanas, suas origens, seus usos e costumes.

A autora, Anne Grosfilley, traça o processo de impressão e morte do tecido, envolvendo cera ou índigo, nas suas raízes indígenas ocidentais. Ela também explora as diferenças de tecidos produzidos em massa e de origem artesanal, rastreando os produtos têxteis que saem dos centros de produção para os mercados e cidades da África e percorrem o mundo. Grosfilley oferece nessa publicação os frutos de sua própria pesquisa, colocando em evidência o perfil de uma variedade de indivíduos, desde vendedores rurais até fashionistas inovadores. “African Wax Print Textiles” celebra a enorme variedade de estilos e a utilização de tecidos africanos, explorando as interconexões complexas entre o continente e o colonialismo, entre a tecnologia moderna e as práticas do Velho Mundo.

Debruçando-se sobre a cultura africana, o artesanato dos alfaiates, o livro conta o quanto esses profissionais ajudaram a promover essa cultura do vestiário. “Os africanos amam roupas sob medida e poder ter a oportunidade de escolher o próprio tecido para discutir com o alfaiate sobre um modelo favorito para a criação de uma peça única, é fascinante”, afirma a especialista. “A combinação de estilos, africanos e europeus, para a criação de uma roupa formal mas com um tecido altamente comunicativo é, na verdade, um diferencial na sociedade africana. Um processo de auto-afirmação que traduz a sensação de liberdade extremamente inspiradora, onde as pessoas gostam de se vestir de forma distinta e colorida.” Essa é a razão de ser do wax, um tecido que promove e exibe um cruzamento de culturas.

IMAGEM © Prestel Publishing

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