Alexander McQueen

17 de agosto de 2017

Robert Fairer, fotógrafo britânico, grande colaborador dos principais títulos internacionais de lifestyle, e sua equipe levaram cerca de 4 anos para a preparação e compilação de 17 anos de arquivos fotográficos, especialmente dedicados para a composição do livro sobre as coleções mais emblemática de Alexander McQueen.  “É preciso um pouco de ousadia e muita coragem para cometer submergir bravamente no trabalho de um gênio”, comenta o fotógrafo. “Você tem que garantir que o que você finalizou é digno do artista, da sua família e dos amigos. Conseguimos resolver essa equação e realizamos um sonho para render homenagem a obra do “Savage Beauty”, confessa Fairer. Combinando as habilidades do fotógrafo e sua equipe, juntamente com a editora Thames & Hudson, Robert Fairer lançou o livro “Alexander McQueen – Unseen”, que contou com a colaboração de autoridades de moda Sally Singer e Claire Wilcox, e com o apoio de Sarah Burton, além do suporte de Hongyi Huang, Global PR de McQueen. Correspondance Magazine® conversou com o fotógrafo, que vive em Londres, sobre sua publicação “Alexander McQueen – Unseen”, que mostra os bastidores dos desfiles do estilista Alexander McQueen ao longo de 17 anos de parceria.

Por que é importante para você mostrar para os leitores seu trabalho em “Unseen”?

– Meu arquivo consiste em 17 anos de moda, cliques de supermodelos, numa era de imagens pré-digitais, quando a maior parte dos grandes movimentos de moda estavam nascendo ou sendo criados na frente da minha lente. Compus minha backstory devido ao meu incrível acesso que tenho com a Vogue. Agora me sinto na responsabilidade de exibir esses momentos raros da moda e da beleza, concentrando-me no que faço melhor, “capturando tudo”. McQueen é o primeiro porque deve ser, e foi com ele que comecei minha carreira, porém muitos outros virão.

Como você conseguiu selecionar as imagens mais significativas da carreira de McQueen e condensar 17 anos de parceria para incluir nesta publicação?

– Editamos nosso arquivo e apresentamos uma gama limitada de imagens de McQueen para nosso diretor artístico. O objetivo era colocar em evidência as roupas-chaves do estilista e exemplificar o alcance e a arte dele, tendo como objetivo principal contar toda a história visual tal qual a vimos.

Qual foi a parte mais gratificante de tudo isso para você?

– Principalmente ter a apreciação de alguém do ciclo íntimo de McQueen, afinal, essa publicação trata e estabelece um legado de imagens com textos descritivos para as futuras gerações, se, por acaso, sobrevivermos como uma espécie, aliás, parece muito pouco improvável. Essa é a mensagem que Alexander McQueen apreendeu em meados dos anos 2000, ele estava ligado a tudo, sua moda expressou seu horror e confusão sobre a ganância e o desperdício, anos antes de qualquer outra pessoa ser incomodada. Há quase vinte anos parecíamos ter perdido contato com tudo o que é importante e ele transpôs seu ponto de vista sobre esse assunto, através de suas coleções. Ele se questionava sobre o fato de não ter certeza como poderíamos continuar nesse mundo sem mudanças radicais.

Pessoalmente, o que você prefere em “Alexander McQueen: Unseen” e por quê?

– O fato mais relevante do momento é a narrativa visual de cores, constantemente atualizada no legado do seu trabalho, confirmada pelo texto da curadora-sênior do Victoria & Albert Museum, Claire Wilcox, que soube colocar em palavras os desejos e mensagens de McQueen. Além disso, adoro o tecido “Atlantis de Platão” com o qual a capa do livro é forrada.

Se as pessoas pudessem extrair apenas um ponto importante sobre o seu livro “Alexander McQueen: Unseen”, ou sobre coisas de moda em geral, o que você gostaria que fosse?

– Gostaria que as pessoas percebessem que Alexander McQueen era um gênio – e nós o tivemos no meio de nós – ele andava pela terra e pelas ruas ao mesmo tempo que nós. Mas ele também era humano, e muito divertido, sensível, terra firme, pés no chão. Na verdade, ele era apenas um menino que se transformou em um homem totalmente brilhante.

Por que você gosta de moda? Qual é o seu interesse nesses assuntos em particular?

– Amo em primeiro lugar a fotografia, em segundo lugar, a excitação da roupa e do trabalho com as mulheres. Estou sempre rodeado por uma equipe onde podemos criar estilos, moda, penteados e beleza, pontos que podem resultar em memórias e imagens significativas de pura felicidade. A fotografia tem muitos rostos e formas e, quanto mais envelheço, sinto-me mais livre para clicar o que vejo de modo muito mais criativo, original e espontâneo.

Além de McQueen, você admirou outros designers de moda enquanto construía sua carreira de fotógrafo?

– Cresci em Londres nos anos 1960-1970. Depois fui para a universidade em Paris e minhas influências variaram de Malcolm Maclaren à Vivienne Westwood para Katherine Hamnett, então conheci Issey Miyake, Yohji Yamamoto, Helmut Lang e Miuccia Prada.

Em que tipo de projetos você vem trabalhando atualmente?

– Estou sempre ocupado em disparar meus flashes em roupas masculinas, acessórios de alta costura, grandes casamentos de celebridades, retratos oficiais. Agora, ambiciono que meus melhores trabalhos precisam ser publicados “The Fairer Archive”, isso tem tomado grande parte do meu tempo. Temos trabalhado incessantemente, eu e minha esposa Vanessa, que é minha principal fonte de inspiração em tudo o que faço. Nós trabalhamos juntos e vendemos centenas de milhares de imagens de moda ao longo de mais de 24 anos para todos os principais títulos do mundo. O mais interessante é que temos o privilégio de escolhemos nossos projetos.

O que você mais gosta no fato de ser fotógrafo?

– Tudo! Esse é o ofício que me traz felicidade – meus amigos e familiares sabem disso. Eu simplesmente me encontrei nessa arte de ser fotógrafo.

Você também pode gostar...