Arte + Design do Brasil

22 de novembro de 2017

“O melhor do Brasil são os brasileiros”, para fazer jus a essa máxima nacionalista e render homenagem ao enorme talento criativo das maiores personalidades do design brasileiro, Piasa lança os holofotes sobre sua exposição “Art + Design do Brasil”, exibidas de 09 a 12 de dezembro no 118 rue du Faubourg Saint-Honoré, em Paris. De olho na vanguarda do design brasileiro da década de 1950 até o presente, a casa de leilões atira a atenção do público em geral, dos apaixonados por móveis e dos colecionadores de plantão, sobre uma centena de peças que inluem nomes como os Irmãos Campana, Joaquim Tenreiro, Lina Bo Bardi, Carlo Hauner, Oscar Niemeyer, entre outros, que serão leiloadas no dia 13 de dezembro de 2017. Combinando peças históricas e contemporâneas com uma seção de arte assinada pelos artistas Geraldo Marcolini, Manfredo de Souzanetto e Daniel Lanes.

Com formas e materiais inusitados, o modernismo dos anos 50 ganhou uma geração de criativos focados na noção de identidade brasileira e na produção autônoma de móveis que começou na década de 1940. Nesse período, os designers do país se afastaram dos modelos europeus para criar um novo estilo, infundido suas próprias aspirações na cultura local, produzindo mobiliário muito mais adaptados aos meios de produção nacional. Especialmente entre 1950 e 1980, os pioneiros do modernismo, se debruçaram sobre as marcenarias familiares, uma vez que a madeira era a principal matéria-prima disponível em todo o território brasileiro, para desenhar poltronas, sofás, mesas e cadeiras. Ser moderno se tornaria sinônimo de ser nacional e popular, afirmavam os críticos. No entanto, foram necessários anos de dedicação e muita persistência para que o talento de Carlos Martinez Carrera, George Warchavchik, Geraldo de Barros, John Graz, Lina Bo Bardi, Joaquim Tenreiro, Sergio Rodrigues ou ainda Oscar Niemeyer, fosse reconhecido internacionalmente. Niemeyer criou sua própria espreguiçadeira por reconhecer a escassez de um desenho utilitário que acompanhasse sua arquitetura moderna. 

Os destaques do leilão da Piasa incluem a espreguiçadeira “Rio”, projetada por Oscar Niemeyer e sua filha Anna Maria em 1978, cujas formas curvas evocam sua arquitetura e marcam sua criação como um ícone do design de móveis brasileiros. A técnica Bentwood de Niemeyer permitiu produzir curvas pronunciadas, em homenagem à feminilidade e à beleza do Rio de Janeiro, incluindo ainda o refinado trabalho de cana e o apoio para cabeça em couro que aliam perfeição à cadeira. Outro exemplo do estilo singular do design brasileiro é o trabalho de dois imigrantes da Europa, Martin Eisler e Carlos Hauner, que se uniram em 1953 para projetar móveis para Ernesto Wolf, colecionador alemão, cujo apoio financeiro lhes permitiu abrir seu showroom “Móveis”, que mais tarde foi renomeado de “Forma”. Desenvolvido por grande ambição e consciência global, Eisler e Hauner projetaram peças sintonizadas com o mercado internacional, como o exuberante e monumental banco, executado em madeira indígena e totalmente alinhado com a estética da época, que faz parte do leilão.

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