Epopéia chapeleira

20 de julho de 2017

Homens poderosos e personagens famosos como Humphrey Bogart, Gary Cooper, Winston Churchill, Harry Truman, ou Franklin Roosevelt aparecem em público, em fotografias e nos filmes, usando chapéus e contribuíram para torná-los populares. Na verdade, os chapéus existem há muito tempo como proteção contra os elementos da natureza  e, embora os antigos modelos não fossem tão sedutores, percebeu-se que cobrir a própria cabeça às vezes poderia ser uma vantagem. Segundo os historiadores, um dos primeiros chapéus a serem retratados foi encontrado numa pintura, em um túmulo em Tebas, e mostra um homem usando um chapéu de palha de estilo coolie.

A palha foi um dos primeiros componentes de fabricação desse acessório de todos os tempos e demanda um verdadeiro savoir-faire técnico. Para conhecer vários dos modelos que nasceram na região de Caussade, no Tarn et Garonne, Correspondance Magazine® visitou o centro cultural dedicado a epopeia chapeleira. Especialmente dedicada à história do chapéu na cidade, a apresentação do processo de criação e fabricação de um chapéu de palha transporta o visitante para uma atmosfera imaginária, bucólica e poética. Interativo e ricamente aparelhado, o visitante tem como guia um chapéu de palha, acoplado a um áudio, para descobrir a história das coleções, guiado pelas vozes dos principais intérpretes desta indústria chapeleira. Uma exposição histórico-pedagógica, que apresenta vários filmes de animação, contando a criação e evolução dos modelos de chapéu de palha até os dias atuais.

Para entender como um chapéu de palha é confeccionado, é preciso se debruçar sobre o calendário agrícola. Os cortadores de palha agendam a colheita mensal durante cinco dias após a lua chegar ao seu declínio, quando a palha retém menos umidade e, portanto, é mais leve, mais fácil de cortar e mais flexível para tecer. Empregando suas foices, os cortadores de palha colhem os novos talos esbeltos de vários pés de altura bem desenvolvidos, uma vez escolhidos, a colheita é feita nos lombos de mula ou por caminhão. O intenso trabalho de seleção começa com a bainha externa de cada haste que é removida, tendo as partes internas da folhagem divididas e separadas, deixando aparente uma dezena de longas fibras amarradas ao caule dessa planta selvagem. Uma vez que a haste está preparada, ela é colocada em uma cuba de água fervente por cerca de uma hora e depois pendurada num varal para secar. Todo o processo se faz manualmente e, uma vez que a palha está preparada para ser trabalhada, mãos hábeis possam esculpie esse acessório que nunca saiu de moda e se tornou uma legenda dos tempos modernos.

TEXTO & EDIÇÃO – Marilane Borges

IMAGEM – Christian Nouzillet em reportagem especial para Correspondance Magazine®

Transporte e suporte logístico –  Wilfried Meunier da empresa L’amitié Voyage

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