Fernanda Marques

19 de junho de 2018

Basta olhar atentamente para os projetos arquiteturais assinados por Fernanda Marques para descobrir que a arquiteta tem talento e estilo próprio de sobra. Seu mais recente projeto, pensado para um colecionador de obras de arte, é a imagem que a arquiteta imprime em suas criações: refinamento e destreza na escolha e adequação do mobiliário aos elementos decorativos, dando ênfase à bela coleção de obras artisticas do seu cliente. Essa mistura discreta de requinte e sofisticação, canalizando uma certa elegância sem esforço, é mais difícil de conseguir do que parece, no entanto, nada parece tão complicado para essa paulistana que aposta na diversidade étnica para implementar seus projetos de arquitetura e design de interiores. “Tive a sorte de crescer e estudar com pessoas de universos diferentes, especialmente desde que terminei meu bacharelado em uma universidade pública”, conta. “Além disso, acredito que a arquitetura é um amplo campo, que nos impõe estudar outras culturas para nos ajudar a construir nossa própria base como profissionais,” declara Marques.

A receita do êxito de seus projetos pode parecer misteriosa mas não é, existe um padrão que guia as escolhas de Fernanda Marques, da iluminação, que é frequentemente combinada com a mobília e os detalhes visuais, passando pelos objetos e acessórios decorativos. “Esse padrão de qualidade”, atesta a arquiteta, “é resultado de 10% de prazer e inspiração, enquanto os outros 90% são de muito trabalho e comprometimento em dar vida ao projeto.” Para equilibrar as muitas alterações de uma obra arquitetural e as elevadas demandas dos clientes, Fernanda busca refúgio na arte e na filosofia. “De Gore Vidal às poesias líricas de Pablo Neruda, minha fonte de inspiração é eclética e pode vir tanto de Aristóteles como de Pedro Almodóvar. Processo tudo, literatura, cinema, poesia e incluo no projeto. Essa é minha catarze profissional.”

Acreditando que a experiência é uma das ferramentas mais preciosas na sua área de trabalho, Fernanda se orgulha de estar nessa profissão “praticando arquitetura”, como gosta de frisar, há quase 30 anos e se diz “profundamente envolvida em aprender, sempre. Afinal, quanto mais conhecimento, melhor.” Essa bagagem cultural e sua curiosidade permanente conferem aos seus projetos um estilo marcante, contemporâneo e minimalista. Quando questionada sobre quem a influenciou em sua carreira, ela se diz mais conectada com arquitetos do momento e cita Daniel Libeskind, Peter Zumthor e Bjarke Ingles como referência. E quanto aos novos projetos? “É sempre um desafio emocionante”, atesta Fernanda Marques, que acredita numa espécie de sensação Zeitgeist, que impulsiona a arquiteta à viver intensamente guiada pelo espírito de cada momento. Talvez essa seja uma das razões do seu sucesso.

IMAGEM © Fillippo Bamberghi

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