Fundação Louis Vuitton

18 de fevereiro de 2016

O grupo LVMH sempre cultivou uma frutífera relação com a arte contemporânea e agora pode acolher,  num único espaço, os mais talentosos artistas de diversas fronteiras e foram necessários vários anos para que a Fundação Louis Vuitton surgisse no horizonte da cena cultural parisiense. A espera valeu a pena. Desde o final de outubro o mais novo templo artístico-cultural de Paris, plantado numa área verde e bucólica no Bosque de Boulogne, foi inaugurado pelo Presidente da República com pompas e circunstâncias sob a impressionante arquitetura de Franck Gehry. O prédio, por si só, é uma obra de arte maciça em vidro, madeira e aço, bem ao estilo do arquiteto que a imaginou. Tudo nesse espaço parece super-dimensionado e assim as obras de arte e as performances dos artistas podem por sua vez se exibirem sem nenhum constrangimento nessa gigante concha acústica que reflete a luz do sol.

Frank Gehry esculpiu numa área total de 11.000m², dos quais 7.000m² são espaços acessíveis ao público, onze galerias dedicadas à apresentação das coleções, às intervenções artísticas e exposições temporárias, um auditório com capacidade modular que pode abrigar de 360 à 1000 pessoas e amplos terraços que gozam de uma vista excepcional de Paris, incluindo, La Defense e seus arredores, além de oferecer a possibilidade para que algumas instalações de artistas contemporâneos possam ser apreciadas. Essa localização privilegiada em meio a um jardim paisagístico, o Jardim da Aclimatação, além de sua arquitetura inovadora, são um dos pressupostos para que esse novo centro cultural se transforme numa referência da arte, dentre as já existentes, na Cidade Luz.

Ao inventar a arte de viajar com elegância, o fabricante de malas Louis Vuitton e seus sucessores criaram um novo capítulo na história dos acessórios pessoais, a partir das primeiras viagens de barco e de trem, há mais de um século e meio. Desde sua fundação, em 1854, a Louis Vuitton sempre cultivou uma frutífera relação com as artes, tendo como colaboradores os mais talentosos decoradores, pintores, arquitetos, fotógrafos e designers de todas as fronteiras artísticas. Esse fascínio pelas novas formas de expressão cresceu ao longo das décadas subseqüentes e atualmente é uma das diretrizes da Fundação Louis Vuitton que pretende escolher obras de artistas que dialoguem com o prédio e façam ecoar sua marca para além do consumo de roupas e acessórios.

Na agenda de exposições previstas até março de 2015, há três componentes, cada um com uma exposição temporária e a apresentação de parte da coleção permanente da Fundação Louis Vuitton, além de concertos e performances que acontecem pontualmente. A grande exposição de abertura, que fica em cartaz até dezembro, está centrada sobre a arquitetura do projeto de Frank Gehry. Uma mostra que ocorre em paralelo com o Centro Pompidou que organizou uma retrospectiva, até 26 de janeiro de 2015, da obra do arquiteto. São duas exposições complementares que se enriquecem mutuamente e que revelam com riqueza documental as criações de um dos maiores arquitetos de todos os tempos.

Fundação Louis Vuitton – 8, avenue du Mahatma-Gandhi, Bois de Boulogne, Paris 16.

Imagens Iwan Baan

 

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