“La Maison Champs Élysées”

23 de junho de 2017

Cheio de pitadas de mistério com uma decoração bruxuleante, marca inequívoca do estilista Martin Margiela, que assina esse projeto repleto de trompe l’oeil, La Maison Champs Élysées tem suítes ou totalmente brancas ou totalmente pretas que se assemelham à uma galeria de arte e, uma vez dentro de uma delas, a disposição do mobiliário e as peças decorativas parecem fazer parte de uma instalação, onde tudo é milimetricamente pensado para que o mundo à la Margiela esteja em evidência em todos os recantos. Como o apoiador de portas em formato de um ovo.

Do chão ao teto, jogos de espelhos, fotografias em preto e branco, papéis de parede da Belle Époque, falsas perspectivas e objetos inusitados complementam a decoração teatral desse luxuoso hotel parisiense. Além, claro, do tecido-fetiche do designer, o algodão branco, que envolve tudo ao redor: cadeiras, mesas e Ipods. As 17 suítes couture Margiela declinam com sutileza o universo simbólico e os códigos do seu criador. Única suíte noir do hotel, a cor escura dá o tom de mistério a essa alcova top secret, que é um verdadeiro gabinete de curiosidades. Tudo o que compõe a vitrine decorativa do quarto pode ser comprado, as peças foram escolhidas especialmente por Margiela para serem expostas, tais como objetos raros vindo do mundo do artesanato e das artes. Na sala privativa da suíte as cadeiras over-dimensionais de Philippe Bestenheider, desenvolvidas por Fratelli Boffi, juntamente com a mesa de centro redonda e dourada compõem a decoração do espaço que também pode ser usado como escritório ou biblioteca. Para um sono tranqüilo, apenas a lâmpada surrealista assinada pela designer Nora de Rudder, toda transparente, protege os sonhos dos que escolhem a suíte 142, uma das mais cobiçadas pelos hóspedes.

Para os que preferem o branco absoluto, as suítes quase virginais (ma non troppo) oferecem o mesmo conforto com uma decoração menos fantasmagórica mas igualmente cheia de ampolas arredondadas transparentes e florescentes com jogos óticos e de espelhos. A parede de um dos toilettes foi revestida com milhares de revistas, coladas umas às outras como numa biblioteca, onde apenas o tomo das edições aparece para compor um impressionante trompe l’oeil. Nos banheiros, a cor angelical dá o tom da decoração nos azulejos brancos demarcados por linhas pretas. Quem quiser passar as férias parisienses numa dessas suítes precisa fazer a reserva imediatamente, porque o mundo da moda já adotou a La Maison Champs Élysées e o hotel é o novo point parisiense dos aficionados pelo misterioso universo de Martin Margiela, que orquestra com maestria uma viagem surreal, repleta de signos do imaginário…

 

 

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