Laura Gonzalez

30 de setembro de 2016

Totalmente despojada e adepta do “mix and match”, Laura Gonzalez tem plantado suas ideais decorativas em horizontes diversos da renovação de hotéis, bares, restaurantes e boutiques além de projetos privados, criando espaços diferentes com uma identidade visual forte que exala criatividade. Correspondance Magazine® foi descobrir o segredo dessa parisiense que sonha em multiplicar seus projetos e pensa em se apropriar de um museu para destilar todo o seu estilo chique-boêmio. Antes que esse sonho se realize, Laura Gonzalez nos falou sobre seu recente projeto privado, um apartamento “Haussmanniano” batizado de “Henri Martin”, onde optou por um mobiliário vintage e minimalista, muito mármore de Carrara e pisos Versalhes. Para completar a decoração, tonalidades quentes e peças de jovens expoentes do design.

Fale-nos sobre a sua trajetória…

– Comecei a trabalhar nessa indústria há 7 anos. Ainda estava na Escola de Arquitetura de Paris-Malaquais, onde me formei, quando um dos meus amigos me pediu para ajudá-lo à projetar sua loja para homens. Este foi o meu primeiro projeto. Mas minha carreira realmente começou depois que recriei a atmosfera do Bus Palladium, em 2010, onde pude reformular completamente essa famosa boate parisiense. Tive muita sorte porque o meu cliente confiou em mim, apesar da minha pouca idade, e minha falta de experiência. Trabalhei muito duro e valeu a pena. Ganhei mais confiança em mim mesma e esse trabalho é uma bela ilustração das minhas habilidades.

Quais são suas fontes de inspiração?

– Sou muito curiosa. Sempre quero estar a par de tudo dos filmes mais recentes, hotéis e inaugurações de restaurantes, feiras de arte, exposições, os últimos blogs ou receitas. Posso encontrar inspiração em todos os lugares.

O que a motivou a criar espaços de convivência?

– Quando era pequena visitava com meus pais casas de leilões, exposições e mercados de pulga. Esses passeios nunca me incomodaram e acredito que através dessa experiência desenvolvi um amor pelos objetos e um gosto pelo belo. Acho que foram essas visitas que deram início à minha paixão pela decoração e pelo design de interiores.

Quais os adjetivos que podem descrever seu trabalho?

– Meu estilo varia, obviamente, de um projeto para outro. Mas sou conhecida por minha preferência pelo toque ‘mix and match’. Gosto de misturar materiais e estilos. Presto atenção aos detalhes para dar uma alma ao meu trabalho e é por isso que muitas vezes visito os mercados de pulga para comprar itens antigos ou faço pesquisa no site eBay. Por isso, diria que tenho um estilo chique-boêmio.

Quais são os seus materiais favoritos?

– Mármore, bronze, tecidos, do veludo ao kilim, e à estampa floral.

Como você escolhe os que serão utilizados em um projeto?

– Temos uma bela ‘material-teca’ na agência onde montamos uma primeira seleção com a ajuda da minha equipe. Usando placas de humor que constituem o conjunto das seleções, refino minha seleção à medida que o projeto progride. Desde o primeiro esboço até sua entrega posso mudar de ideia dez vez. Simplesmente, adoro refazer projetos.

Você trabalha com padrões pré-estabelecidos ou segue o ritmo da sua intuição?

– Trabalho muito com a intuição, baseada em minha sensibilidade e também nos detalhes do projeto. Inconscientemente sou inspirada pelo que me cerca, pelas tendências, por tudo o que me afeta, mas evito as novas tendências porque elas perdem o sentido rapidamente.

Quem são as personalidades do mundo da decoração e do design que inspiram você?

– Madeleine Castaing, David Hicks, Kelly Weastler, Kip Hemp ou ainda Studio Ko, Dimore Studio e Paola Navone.

Conte-nos como você criou seus mais recentes projetos em Paris?

Brasserie d’Auteuil, Pizza Margherita, os restaurantes Alcazar, La Gare, Thiou, Polpo e Manko representam belos projetos de restauração extremamente interessantes e emocionantes, cuja abordagem de trabalho é muito diferente. Fiquei muito orgulhosa por ter trabalhado nesses lugares parisienses e ter participado dessa grande aventura que é criar a identidade de um local para dar-lhes uma nova vida. No quesito projeto residencial, acabamos de finalizar um apartamento, o “Henri Martin”, que foi um verdadeiro desafio no sentido de agregar valores decorativos e arquiteturais num prédio com identidade “Haussmanniana”.

De que maneira você contornou esses obstáculos? 

– O apartamento em si mesmo tem uma arquitetura luxuosa e tiramos partido disso para usar uma variedade de mármore de Carrara e mobiliário vintage dos anos 60. Apostando nos contrastes, optei por utilizar cores vivas com uma sutil adição de detalhes dourados e em latão para agregar uma dimensão delicada e aconchegante para o espaço que acolhe ainda minimalistas de jovens designers.

Como você se define: decoradora, designer de interiores ou criadora de espaços criativos?

– Um pouco de tudo isso ao mesmo tempo, porque cuido da concepção, implementação e termino pela decoração de cada projeto. Porém, sou principalmente uma designer de interiores. 

Quais serão seus próximos projetos?

– Tenho vários em andmento mas meu sonho é trabalhar ao redor do mundo, especialmente em projetos de hotéis e restaurantes, além de fazer a arquietura de interiores de um museu.

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