Studio Job

16 de abril de 2017

Exóticos, ousados e inovadores, Job Smeets e Nynke Tynagel, que formam o Studio Job, são muito mais que designers, são artistas e suas criações flertam com instalações de arte em escala industrial. Com uma forte pitada de design contemporâneo, suas colaborações altamente expressivas com Bulgari, Swarovski, Bisazza, Venini, Land Rover, Viktor & Rolf e Moooi são tão diversificadas quanto a quantidade de objetos que criam para suas próprias coleções que podem versar sobre mobiliário, esculturas, exposições, produtos de ornamentação, design de interiores. Para o Studio Job a visão do utilitário ultrapassa o limite do funcional para adquirir uma nova abordagem mais em ressonância com a filosofia do Studio Job, que é a de quebrar paradigmas com muita irreverência e ironia. Correspondance Magazine® conversou com a dupla de criadores belgas que não se levam a sério e se entregaram sem pudores ao jogo de nossa entrevista “TOP TEN” com muita descontração.

AUTO-APRESENTAÇÃO – Era uma vez, uma garota e um menino que se encontraram e foi amor à primeira vista… eles conversaram e fizeram amor desde o primeiro momento, o garoto era estranho e ambicioso, a menina era talentosa e direta. Em seguida, em uma das viagens eles descobriram um longo caminho perdido que estava coberto e levava a uma selva. Ambos foram corajosos o suficiente para cortar o caminho com seus dois facões fundido o bronze e começaram a pavimentá-lo com pedras de tijolo amarelo. Agora, 20 anos, depois surgiu toda uma indústria e o caminho se tornou uma auto-estrada e no final apareceu uma chaminé, uma fábrica, um studio

GRANDES SURPRESAS – Bem, o incomum é que tudo acontece em ondas com altos e baixos. É como viver. Normalmente, um artista cria um hit e é empurrado para o céu mas os tempos difíceis vem mais tarde. Não para nós, porque viemos do fundo do solo, da areia movediça. De uma forma ou de outra nós cavamos o canal e, finalmente, agora depois de todos estes anos, que é como se fossem 100, estamos começando a conquistar nosso lugar em vez de lutar contra o mainstream.

INSPIRAÇÃO – Qualquer coisa, realmente, nós não discriminamos nada. Pode ser uma tela do pintor Vermeer ao o romance chamado “Queijo” de Willem Elschot, uma peça de Telemann, o restaurante local chamado “Van de Valk”, a diminuição da Europa, os nossos gatos e até mesmo acabar com os assuntos amorosos.

ESTILO – Louco, estranho, surreal, expressivo, ilimitado, pessoal, muito barulhento, um renascimento e até mesmo absolutamente nada.

PARCERIAS – Eles nos escolhem, principalmente, e quando somos amigos, podemos trabalhar juntos. Também adoramos desenvolver produtos porque os editores (marcas) querem um trabalho de estúdio em vez de um novo produto em seus catálogos. Nós flutuamos em nossa enorme obra com tantas possibilidades relacionadas à arte, design, moda, música, TV, criação de identidade, design de produto, arquitetura, que podemos realmente afirmar que fazemos de tudo.

DESIGN – É o tipo de abordagem que ou você ataca ou você despreza. Não há compromissos nessa área. Mas nós amamos muito o design e vivemos para ele.

MENTORES – Eles estão todos mortos. Vamos falar sobre movimentos: gótico, renascentista, magia, guerras, bombardeamentos, esqueletos, surrealismo. Artistas como De Stijl ou David Bowie.

POSSIBILIDADES – Mesmo se tivéssemos muito dinheiro à disposição, faríamos exatamente o mesmo. Nós não temos limites mas talvez pudéssemos criar muito mais. Dito isto, não é bom criar muito. Um artista deve criar o menos possível, na verdade. “Menos possível” é uma expressão abstrata neste contexto, uma vez que muitos artistas tem o desejo de criar diariamente mas ideias não aparecem todos os dias entre 9h e 5h da manhã. É um casamento,é  um trabalho permanente.

SONHO – Contruir um prédio ou erguer uma grande construção.

AMBIÇÃO – Ser feliz.

IMAGEM – Dennis Brandsma, Mark Cocksedge, Robert Kot

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