Thomas Jayne

30 de junho de 2018

“Sempre tive uma queda pelo papel de parede cênico. Quando chegamos ao apartamento, percebi que seria notavelmente pretensioso colocar papéis cênicos franceses do século XVII, então procurei alternativas, e De Gournay sugeriu que fizéssemos algumas cenas americanas, diz o veterano decorador Thomas Jayne, falando do estilo decorativo de sua casa no Mississipi. “Nova Orleans é uma cidade social, é menos sobre fazer fortuna e mais sobre estar com pessoas e priorizar a interação humana.” A casa de Thomas tem configuração aconchegante – ele e seu marido, Rick Ellis, ocupam o nível do salão de uma casa de 1836 no French Quarter. “É como um pequeno coletivo de arte – mais uma comunidade do que um condomínio”, brinca Thomas, que mora em Nova York, mas visita sua segunda casa no sul a cada seis semanas e “sempre durante as festas como Natal, Ano Novo, carnaval e em agosto para a Feira de Antiguidades.”

Com sua arquitetura do século XIX de tirar o fôlego, Nova Orleans é o destino ideal longe de casa, famosa por seus espaços habitáveis ​​imbuídos de história, que seduziu o decorador. “Quando se trata de decoração de interiores, vou olhar para um ambiente e extrapolar a partir disso, em vez de substituir a estética local”, explica Thomas. Essa abordagem contextual não limita sua visão singular, mas serve para informá-la e aprofundá-la, como você pode ver em seu próprio lar. Com sua intrigante “Revivification Creole”, como o designer descreve vagamente, que é talvez a sua maneira de dizer que a decoração da sua casa é magistralmente confusa. De propósito.

A parede da sala apresenta uma cena baseada em ilustrações de um dos livros favoritos da infância dele, “A História do Mississippi”, enquanto móveis neoclássicos, de um estilo que não estaria fora do lugar no French Quarter mais de um século e meio atrás, cohabitam com uma paleta inteligente e animada para aterrar num espaço verdejante. “As cores são muito crioulas”, diz Thomas, “mas também há elementos europeus e caribenhos.” Considerando o perfil acadêmico de Thomas, mestrado e bolsas de estudo no Metropolitan Museum of Art e no J. Paul Getty Museum, entre outras instituições, pode-se supor que sua casa está repleta de peças de qualidade de museu. Mas, ele questiona: “Tomei o cuidado de não colocar nada de muito valioso nesta casa.” Mesmo assim, admite que pode chorar pela perda do retrato que Don Bachardy fez dele, que está pendurado na sala de estar Vaso chinês envidraçado do século XVIII.

Embora seja fácil ser atraído por seus muitos objetos, seja um desenho do falecido artista de Nova Orleans, George Dureau, ou uma colagem feita de encadernação de livros da dizimada Biblioteca de Bagdá, aqui na casa de Thomas não é o conteúdo que confere ao espaço sua beleza, mas sim a abordagem atemporal e abrangente do designer de interiores. “Não sou um desses designers que sente a necessidade de passar por redecorações radicais”, diz ele. “É melhor deixar as coisas envelhecerem”. Certamente o mesmo pode ser dito de Nova Orleans, que, segundo Thomas, celebra seu tricentenário neste ano de 2018. Afinal de contas, o apartamento é realmente uma carta de amor para a cidade adotiva do decorador, que costuma fairmar que “Nova Orleans é tudo o que está pronto para ser…”

TEXTO – Laura Morgan  IMAGEM –  Paul Costello

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