Wallace Chan
O mundo do luxo e, por conseguinte, a joalheria é um domínio onde tudo, exceto a perfeição absoluta, deve ser descartado, esse é um dos leitmotiv de Wallace Chan. Originário de Hong Kong, esse chinês foi o primeiro joalheiro à participar da Biennale des Antiquaires, em Paris, e fascinou o público e especialistas com suas criações cheias de simbolismos da fauna e da flora, onde flores selvagens, libélulas, cigarras, cavalos, peixes, cravados numa seqüência de rubis e diamantes coloridos revelavam as proezas de seu universo criativo. “Sou muito intuitivo, todavia, o processo criativo é muito mais complexo e, em alguma parte, quem reina ainda é um certo mistério que se apodera das minhas ideias”, conta o não menos enigmático designer de joias. Suas criações são consideradas como verdadeiras obras de arte que exprimem à rigor o talento e a paixão do chinês Wallace Chan pelas pedras preciosas.
Eliminar os excessos é uma das exigências de Chan que transformou seu senso de estilo em seu fascínio pela inovação. Tanto que o joalheiro inventou uma forma elaborada para controlar o tamanho de suas peças, o famoso “Wallace cut”, que combina variadas técnicas de relevo para dar origem à sofisticados desenhos de ilusão ótica que são multiplicados em 3D. Para mostrar os diferentes tons de uma pedra preciosa, como o jade, por exemplo, Chan faz uso de uma liga de titânio para esculpir suas mini-esculturas, inspiradas pelas culturas asiáticas e ocidentais. Esse é um dos diferenciais das criações de Wallace Chan que parecem tanto uma forma de ciência experimental aplicada a uma imaginação fantástica, quanto a uma metáfora filosófica.
Como uma adoração às pedras preciosas, suas joias são carregadas de uma forte imaginação do insondável mundo oriental. É isso que faz com que Wallace Chan gire em torno dessa órbita do luxo com tanta leveza sem se dar conta de sua majestade. Apesar de estar acostumado a ter suas peças vendidas na Christie’s e na Sotheby’s, o designer acredita que o verdadeiro luxo é algo raro, que somente os iniciados nesse mundo podem sentir e isso não diz respeito à preços elevados ou à chamar a atenção para o exotismo das formas de suas criações. “Luxo não é isso. Luxo é poder perceber que a primeira impressão de perfeição que tivemos sobre uma peça, permanece imutável durante anos”, atesta o mestre zen da joalheria moderna.
wallace-chan.com
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