Champagne Gremillet
A semente da prosperidade parece ter sido plantada no gene da família Gremillet, produtora de Champagne nas alturas do vilarejo de Balnot-sur-Laignes, na região de Champanhe-Ardenas, à 45 km de Troyes capital histórica da bebida. Uma aventura vinícola que começou no início dos anos 80 com uma pequena parcela de vinhas, que atinge atualmente cerca de 40 hectares distribuídos em quinze municípios vizinhos. Verdadeira força da natureza alicerçada na labuta diária, construída da herança de pais para filhos que ingressaram sucessivamente na empresa, o pai Jean-Michel Gremillet, como precursor, o primogênito Jean-Christophe, como chefe de adega e a filha Anne, como diretora de marketing e comunicação. Para agregar em seguida outros membros da família, cada um colaborando, à sua própria maneira, em sua área, para a edificação do nome dos Gremillet. “Nós não reivindicamos uma grande história, nós escrevemos essa história todos os dias”, enfatiza Anne Gremillet.
Os Grimillet são impulsionados pelo progresso, envolvidos com a construção de uma marca familiar com a perspectiva de torná-la competitiva, mas sem se entregar às facilidades. Precisão e pragmatismo são as palavras de ordem da maison, que cultiva 40 parcelas e produz cerca de 500 mil garrafas anualmente. “O objetivo é crescer e promover a nossa marca de Champagne Gremillet nos mercados onde já estamos presentes, Estados Unidos e Japão, e reforçar nossa participação local e nacionalmente com ações específicas”, atesta a diretora de marketing e comunicação. Para fazer valer a herança que sua avó legou ao seu pai, que ganhou o primeiro lote de vinhas, os Gremillet trabalham incansavelmente com foco na qualidade. “Esse é o nosso requisito de primeira ordem”, confessa Anne Gremillet. “Nossa reputação é baseada principalmente nesta qualidade, que é reconhecida e apreciada em todos os concursos às cegas, nas Embaixadas da França e em recepções de prestígio em mais de 50 países ao redor do mundo.”
Durante os primeiros anos a maison apostou nas exportações como modelo de desenvolvimento para se dar conta, nos últimos anos, que o que deve prevalecer é o equilíbrio entre distribuição e vendas no mercado internacional e nacional. “É importante estar presentes em casa, no nosso país, e até mesmo localmente”, confessa. Em relação à exportação, a forte rede diplomática que é um dos pontos fortes dos Champagne Gremillet, clientes que confiam e priorizam os esforços da maison em mercados-chave como os Estados Unidos e o Japão. “Pelo nosso tamanho, não podemos investir pesadamente numa grande variedade de mercados, por isso, estamos nos reorientando para o caminho mais promissor, falando localmente, com o objetivo de ser cada vez mais eficazes internacionalmente.”
Pensando em diversificar a experiência de saborear calmamente um Champagne delicado, elegante e agradável ao paladar, a maison Gremillet desenvolveu uma proposta para que os consumidores, em passagem pela região, possam fazer uma imersão nos seus vinhedos e apostaram no enoturismo como uma nova etapa de incremento da marca. “Queremos incentivar os visitantes a mergulhar nessa viagem sensorial motivada pela apreciação do sabor e aroma dos vinhos, das tradições e da cultura local, a fim de que ele conheça os detalhes dessa bebida”, antecipa Anne Grimellet. A operação debuta com visitas aos impressionantes tanques de aço inox, às barricas de carvalho e ao maquinário necessário para a vinificação, os campos ao redor da maison ganharam nos últimos anos, um clos, uma Cadole, nome dado ao abrigo dos viticultores e até mesmo um viveiro de plantas, o “Arboretum”. Além de um pequeno museu que expõe as ferramentas utilizadas para a vinha e para o vinho fazem parte desse circuito original, que conduz os visitantes através da história desta maison que tem uma filosofia própria baseada na dinâmica familiar e no cultivo dos campos.
Para o grand finale, acolhidos numa área de recepção com uma loja, os visitantes podem, confortavelmente, descobrir detalhes da produção, conhecer os últimos lançamentos em vinhos e Champagnes e degustar produtos locais em torno de um jantar ou de um almoço. Nessa sala de 70 m², um terraço panorâmico oferece uma deslumbrante visão sobre a paisagem da vinha. “Como viticultores, acredito que essa proposta é, sem dúvida, memorável, porém, unicamente destinada para pessoas apaixonadas por tudo o que envolve a produção de vinhos e que são capazes de apreciar as boas coisas da vida, ” filosofa Anne Grimellet. No período da colheita os visitantes são convidados a visitar o domínio no final da tarde, para conhecer a adega e acompanhar o processo de pressurização das uvas, e em seguida, se quiserem, poderão fazer a colheita manualmente em uma das parcelas onde reina o Pinot Noir.
TEXTO & EDIÇÃO – Marilane Borges
IMAGEM – Christian Nouzillet em reportagem especial para Correspondance Magazine®
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