“Marilyn, I Wanna Be Loved By You”

23 de fevereiro de 2017

Correspondance Magazine® conversou com Sylvie Lécallier, curadora da exposição “Marilyn, I Wanna Be Loved By You”, que fica em cartaz até maio, no Hôtel de Caumont – Centro de Artes de Aix-en-Provence, no sul da França, para entender a força da imagem de uma das estrelas mais fotografadas no mundo. Qual a relação que nasceu entre os fotógrafos e a estrela Marilyn Monroe? O que as fotografias não revelaram? Até que ponto Marilyn Monroe não se forjou um personagem dela mesma? Sem pré-julgamentos, a mostra fotográfica “Marilyn, I Wanna Be Loved By You” tenta decifrar e responder de forma elegante a essas e outras questões a partir de uma pesquisa documental fundamentada nas impressionantes imagens em torno da Diva do cinema.

Qual foi o ponto de partida para a construção dessa exposição?
– Foi a última seção fotográfica clicada por Bert Stern, que conta com 60 imagens numa sequência de 3 dias, com tiragens escolhidas pelo próprio fotográfo 20 anos após a morte de Marilyn. Desta seleção surgiu a questão do interesse de Marilyn pela fotografia e seu relacionamento com os fotógrafos. A primeira parte da exposição trata desta questão entre a imagem de publicidade, que Hollywood construi para a artista, e a imagem alternativa que Marilyn cultivou usando os fotógrafos menos convencionais para construir sua própria identidade visual.

Por quê expor as fotografias de Marilyn Monroe num centro artístico como o “Hôtel de Caumont”?
– Depois de várias exposições dedicadas a pintura clássica, expor fotografias é uma verdadeira tendência do Hôtel de Caumont e Culturespaces. Esse projeto foi importante para abrir o site para outras formas de arte com a mostra sobre “Marilyn, I Wanna Be Loved By You” atingimos um público mais amplo, incluindo famílias e jovens.

Qual o critério utilizado para escolher as imagens de uma das artistas mais fotografadas do mundo?
– A escolha foi ditada pela importância dos fotógrafos e da relação especial que a estrela mantinha com alguns deles. Além disso, a qualidade dos fotógrafos e a especificidade do olhar deles sobre Marilyn e como estas fotografias oferecem um olhar diferente sobre a estrela. Muitas destas fotografias vão na contramão das imagens “oficiais” transmitidas por Hollywood, assim como a tela de Warhol que entrou para a memória coletiva.

Dentre todas essas imagens, quais podem ser consideradas mais importantes nesta exposição?
– Se dúvida, o retrato de Marilyn clicado por Richard Avedon e as últimas imagens de Marilyn por George Barris na praia de Santa Mônica, em Julho de 1962. Sem falar nas imagens icônicas da última sessão fotográfica com Bert Stern, especialmente as imagens que aparecem com uma linha de marcador laranja. O que chama a atenção e pode até passar despercebida é a primeira foto que abre a exposição, onde Marilyn aparece candidamente com suas tranças, em 1945, sem imaginar o futuro sucesso que ela tinha a sua frente.

Como essa mostra pode ser caracterizada?
– Marilyn Monroe foi um personagem de grande riqueza interior e caráter. “Marilyn, I Wanna Be Loved By You” retrata quão tocante, atraente, chique e glamourosa ela era.

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