Frank Lloyd Wright
Genioso, egocêntrico e construtor incontestável, Frank Lloyd Wright é um dos arquitetos mais marcantes do século 20, sua obra e sua vida tumultuada atestam isso e revelam o gênio por trás do homem que desenhou o Guggenheim Museum em Nova York. Para marcar o 150º aniversário de seu desaparecimento, a instituição decidiu celebrar a memória do arquiteto através de uma série de eventos durante todo o mês de junho. Os ateliês “Desenhando o Guggenheim” oferecem atividades todos os finais de semana em torno da temática arquitetura, construção e design, enquanto a “Galeria dos Educadores” vai promover passeios com foco na arquitetura do prédio todos os domingos. Na data de aniversário de Franck Lloyd Wright, 08 de junho, a entrada do museu tem tarifa reduzida para todos e o destaque do show, é um cupcake de aniversário será oferecido para cada visitante do museu do café, recentemente renovado, que expõe fotografias raras da instituição ainda em construção.
Antes mesmo de nascer, sua mãe tinha desejado que ele fosse arquiteto. Grávida, ela colava nas paredes do que seria o quarto do futuro bebê gravuras de madeira de antigas catedrais inglesas. Nascido em 08 de junho de 1867 em Richland Center, Wisconsin, Frank foi criado “com pão Graham, mingau e religião” antes de ser enviado, aos 11 anos, para a fazenda do seu tio para “aprender a adicionar a fadiga à fadiga”. A criança de cachos loiros era a adoração de sua mãe em detrimento do pai, William Russel Wright, que abandona a família antes do filho completar seus 16 anos. O adolescente, não tendo muito dinheiro para frequentar uma escola de arquitetura, acompanha o curso de engenharia civil na Universidade de Madison. Mas ele se entedia rapidamente, pega o trem para Chicago e com sete dólares no bolso, convence o escritório do arquiteto mais reputado daquela época, Louis Sullivan, a empregá-lo. Desde então “o aprendiz de olhos abertos, radical e pronto a criticar”, torna-se “o favorito do mestre Sullivan” no desenho.
Frank Lloyd Wright, já se aproximando dos 80 anos, entra na fase mais produtiva de sua existência. No curso dos quinze anos que se segue, o arquiteto e seus discípulos desenharam projetos de mais de 350 edifícios, entre os quais, o Museu Guggenheim de Nova York, em 1943. Wright batalhou durante treze anos para que esse edifício-escultura tomasse a forma de espiral. Mesmo antes do início da construção, a imprensa criticava veementemente a proposta, apelidando-o de “Frank Lloyd Wrong”. Seis meses antes da sua morte, uma foto mostra o mestre sobre o telhado do Guggenheim; “ele está no topo do mundo aos quase 92 anos”, resume Meryle Secrest, sua biógrafa.
“Muito cedo na minha vida eu tive que escolher entre a arrogância sincera e a humildade dissimulada. Eu preferi a arrogância e nunca me arrependi disso”, afirmava Frank Lloyd Wright. Vestido como um dândi com seu eterno chapéu e capa, o arquiteto americano transgrediu todas as regras sociais, tanto na sua arte como na sua vida privada. Sua personalidade inspirou o filme “O rebelde”, de King Vidro, em 1950, em que Gary Cooper encarna um arquiteto de talento, idealista e insubmisso. Em 09 de abril de 1959, o neto do pioneiro galês morre em Taliesin. No dia do seu enterro, um padre leu um dos seus textos favoritos de autoria do escritor, filósofo e poeta Ralph Waldo Emerson: “Aquele que deseja ser um homem deve ser um não-conformista. Nada é mais sagrado, em última instância, que a integridade de seu próprio espírito”. Frank Lloyd Wright sabia disso e viveu por conta própria e risco como um verdadeiro inconformista.
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