Redesenhando a década de 1920
Em um subúrbio arborizado de Canberra, na Austrália, o arquiteto Paul Tilse e a designer de interiores Vanessa Hawes concluíram a reforma de uma casa histórica da década de 1920, originalmente projetada por Kenneth Oliphant.
O arquiteto Paul Tilse e a designer de interiores Vanessa Hawes transformaram esta casa de tijolos vermelhos de 230 metros quadrados – originalmente projetada por Kenneth Oliphant, um dos primeiros arquitetos residenciais da capital – com uma série de quartos pequenos e individuais em uma casa moderna e aberta.
O projeto foi um assunto de família, já que a dupla de designers (que também são parceiros de vida) projetou a casa para os pais de Hawes, que moram entre suas casas em Canberra e Sydney.
‘Minha mãe sempre dizia que queria uma cozinha projetada por mim e, como muitos projetos, o escopo se transformou em uma reforma em grande escala’, explica Hawes. ‘Devido ao nosso relacionamento próximo, eles me deram liberdade para projetar sem restrições – uma oportunidade rara para qualquer designer.’
Devido ao valor patrimonial do edifício e às limitações do local, a renovação teve de ser limitada à envolvente existente da casa.
Como explica o arquiteto e designer, a ideia era criar um espaço moderno inspirado em um apartamento parisiense, ao mesmo tempo que remetesse ao passado da casa com referências à sua herança Art Déco.
‘Anteriormente, a casa tinha sido projetada de forma mais tradicional e voltada para móveis franceses antigos e madeiras mais escuras’, diz Tilse.
‘Introduzimos elementos inspirados na Art Déco através de janelas industriais com estrutura de aço escuro e detalhes curvilíneos no mobiliário, marcenaria e cantaria, tudo dentro de uma estrutura linear.’
O piso de carvalho com padrão de espinha de peixe é justaposto com molduras de madeira detalhadas e trabalhos em gesso, evocando uma sensação de elegância parisiense.
Nos banheiros, os mosaicos de mármore Calacatta e as lajes de mosaico nas paredes e pisos criam padrões contrastantes. Marcenaria personalizada, ferragens e torneiras de bronze em toda a casa acentuam a sensação de sofisticação contemporânea.
‘Nosso objetivo era criar camadas sutis de luxo por meio de mármore com muitos veios, terrazzo e tons quentes de madeira’, explica Hawes. ‘Isso criou uma base para as cores dos móveis, objetos e arte.’ Móveis personalizados, arte e outros elementos pontilham os espaços públicos e privados.
Os destaques incluem um exaustor curvo de bronze na cozinha, tapetes personalizados da Tappeti e poltronas vintage cobertas com tecido Kelly Wearstler da Becker Minty. Uma coleção de arte que inclui peças marcantes de Leila Jeffreys e Emily Kngwarreye complementa os interiores.
Refletindo sobre o projeto, Tilse diz que gostou de ver como a “planta baixa sutil” lhes permitiu projetar espaços residenciais mais amplos e bonitos.
‘E o simples ato de trocar janelas de madeira pintadas grossas por estruturas de aço fino realmente melhorou a vista para o jardim do pátio, criando uma casa mais tranquila e pacífica.’
Reportagem Especial Correspondance Magazine®
TEXTO – Nina Milhaud
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