Maison D. Porthault
Jackie Kennedy, Catherine Deneuve e a Duquesa de Windsor tem modelos de lençóis criados especialmente pela D. Porthault. Especializada em roupas de cama, mesa e banho, a maison fundada em 1920, desempenha um papel de destaque nesse universo de luxo, caracterizado pelo seu know-how na tecelagem, nos bordados à máquina ou à mão, na serigrafia e nos acabamentos impecáveis. Com seu perfeccionismo e originalidade Madeleine Porthault, criadora da maison, se valeu dos códigos da alta-costura para introduzir novos padrões de tecelagem, cores vibrantes e impressões diversificadas em suas guarnições de cama, reinventando a arte de dormir com glamour em lençóis de algodão puro. Correspondance Magazine® conversou com Delphine Beltran, diretora de criação da Maison D. Porthault, para conhecer em detalhes os ateliês de criação dessa tradicional empresa francesa, que tem como valores a elegância, a sensualidade e a audácia.
Em sua opinião, o que fez a reputação da Maison D. Porthault?
– Acho que, provavelmente, a impressão serigráfica, especialmente, o nosso voile de algodão, além, claro, dos acabamentos impecáveis. O fato de ter Jackie Kennedy, Catherine Deneuve e a Duquesa de Windsor, entre outras personalidades públicas, como clientes, ajudar a criar uma reputação associada ao prestígio.
Como você se tornou Diretora de Criação da D. Porthault?
– Sempre estive interessada por tudo o que é relacionado à casa, decoração, têxteis, objetos, além do fato de ter trabalhado no mundo da moda como designer têxtil e de bordados bem como roupa de cama. Em paralelo às minhas missões profissionais no domínio do luxo e da moda, minhas pesquisas pessoais incluíam uma coleção de tapetes e outros têxteis para decoração, quando fui abordada pelo Sr. De Tarazzi, Presidente da Maison D. Porthault. A perspectiva de assumir a direção artística desta empresa me deixou eufórica e a proposta veio ao encontro dos meus projetos nessa área. Fui imediatamente seduzida pela história da D. Porthault e sua ligação óbvia com a alta-costura e por todos os pontos em comum que poderíamos desenvolver juntos, não pensei duas vezes e me joguei na aventura.
Para você, o que é mais interessante nesse trabalho?
– Tudo me seduz nesse universo, sobretudo, do meu amor pelos têxteis. Associar cores, criar estados de espírito para um ambiente, construir como um quebra-cabeças uma coleção, desenhar, ficar atenta aos detalhes, transmitir meus desejos para os ateliês, compartilhar ideias com minha equipe a fim de realizar esse sonho juntos.
Como você se prepara para lançar uma nova coleção? Quanto tempo você leva para planejar tudo? Conte-nos sobre esse processo criativo.
– Num primeiro tempo, mergulho na história para me apropriar do que é importante, para entender e compreender o que me parece essencial. Nesta primeira coleção, todas as intenções e direções que almejo dar continuidade no futuro estão presentes. Para isso, trabalhei na pesquisa para a construção dessa coleção durante dois meses, a parte do estúdio para a elaboração de novos modelos e uma nova organização levou mais alguns meses. A coleção precisava ser coordenada e comecei a reorganizar os modelos e as linhas de cama, banho e mesa em torno de três universos distintos que se misturavam de acordo com meu desejo. Um universo Couture onde a feminilidade e a autenticidade dos elementos, do trabalho delicado dos detalhes coloca em evidência as técnicas ancestrais de bordados em geral da Maison D. Porthault. Além dessa coleção floral revisitada, criamos novos desenhos para um universo mais contemporâneo e masculino que alia sobriedade, elegância e sofisticação como propostas-chaves com o intuito de reassumir os antigos códigos de luxo da maison que tinham desaparecido ao longo do tempo.
Qual é a parte mais gratificante de tudo isso para você?
– Construir uma coleção de uma extremidade à outra, instalar um novo código ou reinventar novas possibilidades de criação. Trabalhar com minha equipe e acompanhá-los em torno das minhas aspirações, compartilhar meus projetos é, realmente, a parte do que tem sido mais gratificante para mim.
Quais personalidades relacionadas à moda, à arquitetura ou ao design a influenciaram para esta coleção? Como e por quê?
– A primeira ligação é com a moda, essa mentalidade forte e certos aspectos da construção das coleções, os detalhes, os tecidos, tudo me guiou. Como sou fascinada pelo estilo de época, os anos 20, por exemplo, onde a moda, as artes decorativas e a arte em geral estavam em sinergia, sem fronteiras, onde todos se inspiravam mutuamente, inclusive, das artes populares. Essa verdadeira modernidade e abertura de espírito é algo que me interessa muito e me guia em minhas inspirações, no meu trabalho, que pode ser fragmentado por qualquer tema ou projeto. Esta coleção, em especial, foi inspirada por designers, arquitetos, pelo universo da Art Nouveau e da Art Déco e, especialmente, por Charles Rennie Mackintosh, representante da nova arte britânica, que aprecio pela sua diversidade, sua maneira de explorar os aspectos da decoração, assim como as imagens do fotógrafo Edouard Steichen.
De acordo com sua experiência, como seria a coleção dos sonhos?
– Para as roupas de cama, seria uma proposta onde cada cliente encontre a sua própria coleção dos sonhos, onde ele possa se envolver de corpo e alma, e que ele possa criar uma atmosfera de intimidade e sensualidade com nossos produtos.
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