Villa Varoise
Os pontos de partida no projeto da Villa Varoise foram baseados nos desejos de uma família numerosa, que almejava incluir quartos de dormir para os amigos e agregados. Construída pelo escritório de arquitetura NADAAA, com sede em Boston e fundado em 2011 pelo arquiteto iraniano nascido em Londres, Nader Tehrani. A empresa NADAAA trabalhou neste projeto com arquitetos associados, Bidard & Raissi, com sede em Paris, fundada em 2005 por Marie-Eve Bidard e Shirin Raissi.
Os planos para o retiro familiar, então apelidado de “Dortoir Familial” ou dormitório familiar, ganharam vários prêmios já no início. Localizada na cidade de Ramatuelle, na área de Var, no sudeste da França, ponto de encontro da Provença e da Riviera Francesa, conhecida por suas belezas naturais e mais de 80 museus. Saint-Tropez, Hyères e o Parque Nacional de Port Cros estão todos nesta região. Os pontos de partida no projeto da Villa Varoise nasceram do desejo da família, que incluía a necessidade de quartos de dormir para entre cinco e 22 membros da extensa família – daí o apelido inicial de dormitório – e a necessidade de privacidade na área que possui inúmeras villas nas próximidades.
Para a inspiração, os designers e arquitetos se concentraram na beleza natural e na história do local e da região e nas demandas do local inclinado. A área já foi habitada por agricultores que cultivavam frutas, azeitonas e uvas para produção de vinho. Sob certos ângulos, a nova estrutura de dois andares de concreto formado por placas parece uma espécie de semi-pirâmide; um bloqueio levemente brutalista, monolítico e angular.
Constituída de dois andares, a villa é muito mais permeável do que parece à primeira vista, com paredes de vidro que ocupam a altura total, aberturas estratégicas emoldurando paisagens verdejantes, acabamentos consistentes em ambientes internos e externos e um telhado verde sustentado por abóbadas de superfície ativa que produzem estabilidade laterais. Sob todos ângulos, o projeto se insere perfeitamente numa estreita relação entre residência e paisagem, graças a sua forma angular que é uma resposta calculada aos aspectos principais do local, obedecendo diretrizes rígidas de zoneamento e prestando uma atenção deliberada ao terreno inclinado, sem esquecer o vinhedo e o campo de oliveiras que a circundam.
Nader Tehrani, diretor da prática experimental conduzida por pesquisas, acenou para a tradição consagrada de casas em estilo de pátio ao conceber duas asas que envolvem uma piscina poligonal. “A configuração cria um ‘tribunal deslizado’ que é, ao mesmo tempo, privado e exteriorior”, observa ele. A armadura principal de cerca de 492 metros quadrados, abriga sete quartos, e tem como suporte vigas que o arquiteto descreve como “criptografadas dentro da experiência da casa”: enquadrando portas entre áreas de estar e de dormir e linhas de visão entre a propriedade e as profundidades aquosas da piscina. Em contraste com o exterior, o interior é quente e arejado, com madeira macia e luz natural que preenche cada espaço.
EDIÇÃO DE TEXTO – Marilane Borges
IMAGEM – Cortesia do escritório de arquitetura NADAAA com imagens de John Horner © Todos os direitos reservados
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