Alicja Kwade

24 de outubro de 2022

“Esta instalação é sobre o mundo, é sobre o ser humano percorrendo e tentando encontrar uma posição neste planeta, buscando uma regra no poder, jogando, desenvolvendo hierarquias e fazendo todas aquelas coisas inúteis, mas no final do dia, temos para enfrentar o absurdo de ser colocado todos juntos em um globo giratório, uma esfera e voar no vazio.”

Afirma Alicja Kwade, artista de renome internacional de origem polonesa, que vive e trabalha em Berlim, apresenta Au Cours des mondes, uma instalação que pode ser apreciada na Place Vendôme, em Paris. O projeto tem curadoria de Jérôme Sans e apoio da galeria kamel mennour.

Estabelecendo um diálogo entre novas estruturas que combinam globos de pedra natural e infinitas escadas de concreto com um conjunto de esferas de pedra natural, um motivo recorrente para a artista. Verdadeira viagem iniciática no espaço público, esta instalação questiona nossa relação com o conhecimento, o universo e os mecanismos de poder.

Diante das tentativas e fracassos da ciência e da filosofia em explicar o mundo e o lugar do homem dentro dele, Alicja Kwade fundamenta suas questões além da racionalidade e do antropocentrismo. A relação com as coisas muda, portanto: do átomo ao planeta, as formas se repetem e as hierarquias caem.

Em resposta à emergência ecológica, ela não alerta para a destruição do mundo sobre o qual não temos poder, mas pede uma reconsideração da prioridade individual à luz de um potencial de transformação coletiva.

Palimpsesto das estruturas de poder, projetado por Jules Hardouin-Mansart, arquiteto oficial de Luís XIV — Rei da França, a Place Vendôme investida pela instalação torna-se o teatro de um paradoxo entre o tempo humano e o infinito cósmico. Alicja Kwade sublinha a fragilidade de uma humanidade furtiva que procura o seu lugar num universo indescritível.

Reportagem Especial Correspondance Magazine®

IMAGEM – Cortesia © Alicja Kwade © kamel mennour © Todos os direitos reservados

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