Arte (quase) perdida
O artesanato existe por causa do artesão e, em especial, graças à sua persistência em cultivar uma arte tradicional com sua habilidade manual. Uma arte muitas vezes relegada que, por conta da industrialização de massa e do avanço das tecnologias, foi perdendo o seu valor social além de suas técnicas que vem desaparecendo ao longo do tempo. “Almost Lost Arts”, em tradução livre “Artes quase perdidas”, lançado pela editora Chronicle Books, regasta esse desejo do ser humano de criar e nos mostra o quanto é gratificante para os artesãos trabalhar com suas próprias mãos. O livro conta várias histórias de pessoas dedicadas à preservar as técnicas tradicionais, como o desenho de globos, a criação de livros, a fabricação de letreiros de néon ou madeira ou ainda de fitas cassetes – sim, elas tem valor simbólico para muitas pessoas -, passando pela reconstituição de peças de cerâmica, pelos restauradores e coloristas de imagens antigas, para citar apenas algumas dessas atividades, consideradas de outro tempo.
A autora Emily Freidenrich com a ajuda de seus colaboradores Narayan Khandekar e Margaret Shepherd, pesquisaram e escreveram ensaios sobre a história dessas atividades do passado, compilando o perfil de 20 artesãos e mostrando um panorama diversificado de médiuns, idades, gêneros e origens culturais ao redor do globo. Em “Almost Lost Arts” cada atividade é descrita por um texto que fala do perfil do artesão, contando a história do seu exercício acompanhado de belas imagens que ilustram seu trabalho artístico. Para esses artesãos que exercem uma atividade empregnada de conhecimentos ancestrais, criar um objeto ou exercer uma atividade que demanda tempo, dedicação ou ainda um talento específico é, acima de tudo, uma fonte de satisfação. Sobretudo, numa sociedade de hiperconsumo como a nossa, onde tudo é comprado e jogado fora, produzir algo com as próprias mãos e viver do seu ofício deve ser motivo de muito orgulho.
EDIÇÃO DE TEXTO – Marilane Borges
IMAGEM © Cortesia Chronicle Books © Foto colorida de Matt Loughrey / My Colorful Past © Hamilton WoodType Type 026 fotos de Jeff Dawson, cortesia de Hamilton Wood Type Museum © MKatwork cortesia de Muneaki Shimode
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