Esculpindo objetos em madeira
Trabalhar com madeira é um trabalho de amor, e Kaori Takahashi e Mark McGilvray – que fundaram juntos em 2016 o estúdio homônimo – sabem disso bem. Nascido na África do Sul e com um pai que era um marceneiro autodidata, McGilvray vive cercado por madeira desde que consegue se lembrar. Takahashi – que se mudou do Japão para o Reino Unido para estudar – descobriu sua adoração pelo material mais tarde, embora não seja menos apaixonada e envolvida nos negócios. McGilvray e Takahashi se conheceram no Wimbledon College of Arts, em Londres, onde estudaram arte e decidiram se estabelecer a 300 quilômetros a sudoeste da capital britânica em Cockington, um vilarejo pitoresca em Torquay, Devon, onde agora vivem e trabalham. Eles começaram produzindo peças simples para si mesmos, e gradualmente seu hobby evoluiu para se tornar a marca de madeira, móveis e artigos para casa, Takahashi McGil.
Em seu ateliê, os dois artesãos aplainam, cinzelam, giram, ceram e lacam com precisão, celebrando a beleza natural desse material único. Feito à mão à partir de lascas de madeira de lei local e sustentável, gradualmente secadas ao ar livre durante vários anos, as peças criadas por Takahashi McGil são geralmente finalizadas com óleo de cera dura ou óleo de tungue, ambos feitos com ingredientes naturais. Enquanto McGilvray começa com o woodturning, Takahashi termina as peças, fazendo a maior parte do trabalho de cinzel. Trabalhando como um casal, este processo de quatro mãos é o que faz com que cada tigela, colher, pote decorativo, bandeja ou mobília seja única. Tornar seus processos e peças ainda mais atraentes é a ambição da dupla, uma combinação de técnicas e ferramentas japonesas e de marcenaria ocidentais que eles empregam.
Admiradores do marceneiro e fabricante de móveis nipo-americano George Nakashima, que domina móveis de borda viva, tentando manter uma conexão próxima com a natureza através de suas peças. Para Takahashi McGil, beleza não significa perfeição, pelo contrário, suas criações de madeira geralmente incorporam nós, vazios e rachaduras, resultados do processo de secagem. Sempre se esforçando para expandir seus conhecimentos e aperfeiçoar seu ofício, a dupla visita a família de Takahashi no Japão uma vez por ano, aproveitando a oportunidade para se reconectar com a cultura e participar de cursos, como o que eles fizeram no ano passado. Na encruzilhada de diferentes culturas, Takahashi McGil reúne o melhor de ambos em objetos refinados e funcionais, que exemplificam na prática as possibilidades infinitas desse nobre material.
TEXTO – Karine Monié
IMAGEM – Cortesia de Takahashi McGil © Todos os direitos reservados
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