Jacques Majorelle

16 de maio de 2018

Suas obras retratam cenas do cotidiano marroquino, os mercados, as festas populares, os rituais tribais, o folclore e, embora elas tenham sido esquecidas após sua morte (1962), se tornaram muito populares na última década. Para homenagear esse artista do Orientalismo, a editora Norma lançou uma bela publicação sobre o pintor francês Jacques Majorelle, que retraça através de 1400 reproduções um dos períodos mais produtivos de sua vida. O livro, batizado simplesmente de “Jacques Majorelle”, conta com mais de 350 páginas e tem uma compilação de textos e imagens, editados por Félix e Amélie Marcilhac, revelando algumas peculiaridades do estilo do artista francês. Majorelle gostava de pintar com uma tinta à base de cola, misturada com pó de ouro e prata, que favorecia o surgimento de efeitos metálicos e contrastantes em suas telas, criando ilusões óticas de miragem.

Jacques Majorelle nasceu em 1886 em Nancy e morreu em 1962 em Paris. No ano passado, o Museu Yves Saint Laurent, em Marrakech, expôs suas obras e o interesse pela suas obras foi renovado. O estilista comprou em 1980 os jardins abandonados de Majorelle, na capital marroquina, transformando o local em uma atração turística. Como tributo pela admiração pelo artista, Yves Saint Laurent solicitou que ao morrer suas cinzas fossem espalhadas nos jardins.

Grande viajante e aventureiro, o artista registrou em pinceladas os lugares que visitou e seu interesse pela África, França, Espanha, Itália, Egito e Suiça podem ser apreciados em fortes pinceladas em suas telas. O leitor pode assim se deleitar com imagens que retratam toda a riqueza da paisagem, arquitetura, mercados e do modo de viver da população local, sobretudo, durante as três décadas, que o tornaram mundialmente conhecido, durante seu exílio voluntário em Marrakech. Por quase quarenta anos, o artista pintou meticulosamente os vários estados de espírito dos souks, as cenas da vida cotidiana e a beleza singular dos modelos que posavam para ele em sua casa, deixando para a posteridade uma herança visual dos hábitos e costumes do norte da África.

IMAGEM © Norma Editions 

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