Olivier Dwek, à luz da modernidade

30 de maio de 2021

Uma grande paixão pela arte e pelo desenho na adolescência foram o gatilho para que Olivier Dwek decidisse sua carreira profissional. Autodidata, apaixonado pela história da arte, se deliciava desenhando nus no curso de Belas Artes quando a arquitetura surgiu para completar sua paixão. Aos 18 anos Dwek decidiu estudar arquitetura e foi, como autodidata nas demais disciplinas, que seu trabalho como designer de interiores despontou. Correspondance Magazine® conversou com exclusividade com o designer e arquiteto de interiores durante o lançamento do seu livro “Olivier Dwek, à la lumière de la modernité”, em tradução livre para o português, “Olivier Dwek, à luz da modernidade”, lançado pela editora Rizzoli com textos de Philip Jodidio.

Você poderia nos contar mais sobre este projeto do livro “Olivier Dwek, à la lumière de la modernité”? Como você escolheu os projetos para esta publicação? Havia critérios específicos para essa seleção?

– O livro abrange 15 anos de criações, incluindo, 9 locais escolhidos para apresentar o livro, 3 dos quais são fundações, centros culturais e espaços de arte. Com o tempo, percebi que os projetos artísticos para Fundações se tornaram mais específicos nas criações, pois é através deles que todas as minhas paixões se unem e é neles que me destaco.

Na sua opinião o que arte e arquitetura tem em comum?

– A arte fala muito sobre arquitetura e não se deve subestimar a arquitetura apenas como uma vitrine. Tudo na arquitetura é uma história de proporções, de luz que vai influenciar e colocar uma obra diretamente sob os holofotes, fazendo-a brilhar ou não, se mostrar tímida ou potente, tudo é uma questão de perspectiva, que por sua vez envolve altura, largura, profundidade, luz natural, tanto quanto iluminação artificial. Uma obra-prima é algo que irradia ondas. A arquitetura é realmente uma continuidade do nosso trabalho à serviço da arte. Até mesmo nos meus projetos privados, continuo trabalhando com esse conceito artístico. Afinal, a maior parte dos meus clientes são colecionadores particulares. Este livro apresenta assim 15 anos de trabalho, revelando um longo período de tempo, que vai de um universo a outro.

Quando você decidiu seguir sua carreira como designer de interiores?

­- Na minha juventude assinei um contrato com a LVMH para me ocupar da sua loja em Bruxelas e mergulhei nesse mundo de designer de interiores e essa experiência me deu uma outra visão. A partir dessa experência tudo parecia imediatamente muito mais natural para mim. Arquitetura, arquitetura de interiores e decoração de interiores para mim é a mesma coisa, apenas em escalas diferentes, porque os temas são os mesmos. Quando me aproprio de um proeto, concebo a obra total, procurando naturalizar o interior e o exterior à maneira dos grandes mestres do século XX, como Victor Horta ou Mies Van der Rohe.

Você tem uma rotina diária de trabalho?

– Não tenho uma rotina particular porque cada vez que crio é uma verdadeira paixão. Quase como uma droga e tão necessária para o meu bem-estar, para as minhas próprias aspirações, porque concentro muita energia e adrenalina na minha maneira de trabalhar. Sendo assim, as ideias mais brilhantes e óbvias surgem por conta própria. Cada dia é variado, cada projeto é uma nova história, uma nova rotina, então, de fato, não existe rotina. Cada projeto é como uma aventura diferente a cada vez.

Que outras áreas artísticas e decorativas lhe interessam ou que você desejaria experimentar?

– Cinema e, por sinal, estou escrevendo o roteiro de um filme.

Se você pudesse trabalhar em um movimento decorativo do passado, qual escolheria?

– O modernismo das décadas de 1920 e 1930, pela busca do essencial.

Com o que você tem sonhado nesses últimos tempos?

– Sonho com meu próximo projeto: uma torre em Mumbai, na Índia, que é a primeira torre que projetei, mas também estou pensando nos meus sete projetos atuais em Paris, incluindo um futuro centro de arte.

EDIÇÃO DE TEXTO – Marilane Borges

IMAGEM – Cortesia do fotógrafo Jérôme Galland © Portrait do designer Olivier Dwek assinado por Jarmo Pohjaniemi © Todos os direitos reservados

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