Pascale Seil

4 de dezembro de 2018

“Amo criar com minhas mãos e imaginar o mundo em vidro”, declara Pascale Seil. “Trabalhar com o vidro quente oferece infinitas possibilidades para a minha imaginação”, conta a artista que nasceu e passou a maior parte da sua vida em Luxemburgo. Formada pela Escola Técnica Superior de Artes e Ofícios de Luxemburgo, Pascale cursou, em seguida, a Escola de Artes Decorativas em Strasburgo, onde descobriu sua paixão por soprar vidros. Fascinada por esta arte, ela se instalou por um tempo em Saumure, na região do Vale do Loire, na França, para frequentar o atelier de Scott Slagermann, um soprador de vidro americano de renome internacional para, em 1995, se formar no Centro Europeu de Pesquisa e Treinamento em Artes de Vidro Vannes le Chatel, na região de Meurthe-et-Moselle. É no encantador vilarejo de Berdorf, no coração da região de Mullerthal, no Luxemburgo, que Pascale abriu sua própria oficina de sopro de vidro, produzindo objetos para a arte da mesa e esculturas exclusivas, inspiradas pela natureza dos arredores dessa região. Em 2006, juntamente com Henry Dostert, eles criaram Solstice, uma empresa que rapidamente se tornou sinônimo de iluminação individualizada e personalizada.

Correspondance Magazine® conversou com a artista e artesã Pascale Seil durante a Bienal Mãos de Mestres, sediada em Luxemburgo e que teve neste ano tem como tema “Gestos e Maravilhas”. A Bienal mãos de Mestres tem como ambição oferecer uma representação ampla dos setores das artes, um universo entre o cruzamento da arte e do artesanato, colocando ênfase na transmissão do gesto e na busca perpétua da inovação com vitalidade e modernidade. Concentrada em desenvolver a temática “Gestos e Maravilhas” apresentada pela Bienal, a artista conceitua seu projeto como o “Gesto, que representa a realização de um objeto com minhas próprias mãos e as Maravilhas consiste na maneira de surpreender o público pelas formas voadoras.” Pascale Seil, que participou da primeira Bienal, em 2016, onde suas criações obtiveram grande reconhecimento, “esta primeira edição da Bienal foi um sucesso fulminante devido ao empenho e à paixão do casal Grand Ducale Héritier e do Comissário Geral Jean Marc Dimanche, ambos na origem desse projeto, que nos proporciona uma plataforma nacional e internacional do mais alto nível”, conta. “Graças à Bienal muitas portas se abriram para mim tanto de galerias, como de uma clientela altamente interessada na qualidade e design das várias obras expostas num edifício e num cenário único que representa toda uma época na história do Grão-Ducado do Luxemburgo.”

Para essa segunda edição, a artesã escolheu as lendas do Luxemburgo, representadas por Mélusina e Griselinde, tirando partido da mística e da fé presente nessas obras. “Griselinde”, aqui representada como a cantora de Mullerthal e “Mélusina no reinado de Mélusine”, “Escorpião – vidro soprado” e “Andar em círculos” (Tourner en rond). Pascale Seil é toda emotiva ao falar das suas esculturas em vidro trompe l’œil, inspiradas por Kandinsky e sua arte de ocultar uma verdade sutil por trás de outra verdade óbvia, como uma metáfora da vida: “Olhamos para dentro, acreditamos que podemos passar a mão por dentro, que há dois objetos quando há apenas um. Só o vidro pode criar esse efeito porque a massa é tão transparente que dá uma impressão de vazio. É como na vida, não devemos confiar nas aparências…” A artista vai apresentar toda a sua expressão criativa no salão “Revelações”, que acontece de 23 a 26 de maio de 2019, em Paris.

TRADUÇÃO & EDIÇÃO DE TEXTO – Marilane Borges 

IMAGEM © Cortesia Pascale Seil

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