Stacy Bass

22 de fevereiro de 2017

Advogada de formação, Stacy Bass trabalhou em business para o cinema e como corretora de imóveis comerciais até descobrir sua grande paixão pela fotografia. Uma carreira que começou “por acaso”, como ela mesma ressalta. “Depois de um longo período dedicado aos meus filhos, lancei meu website sem grandes expectativas, queria apenas mostrar o meu trabalho. Tudo mudou quando a diretora de arte Amy Vischio viu minhas produções e, meses depois, me contratou para fotografar uma propriedade deslumbrante no alto de uma colina em Southport, Connecticut”, conta a fotógrafa que se lançou na aventura mesmo sem ainda ter muita experiência.  Apartir de então, as propostas fluíram e Stacy Bass lançou dois livros, o primeiro “In the Garden” (Melcher Media), em 2012, se tornou um best-seller na área e recentemente “Gardens at First Light” (at home Books), que conta com belas imagens e traz para o leitor um verdadeiro guia que pode ser usado como referência cruzada para os principais capítulos do livro. Correspondance Magazine® conversou com a renomada fotógrafa americana Stacy Bass, que é uma especialista em clicar a beleza da natureza na alvorada, para falar de uma de suas temáticas prediletas: os jardins.

Você conseguiu transformar sua paixão numa profissão, conte-nos sobre essa aventura.

– Tudo começou nessa colina em Southport, Connecticut, fotografando a luminosidade desses magníficos jardins. Estava sozinha e a luz era espetacular, fiquei tão encantada com a sorte de passear por este lugar lindo, descobrindo novas surpresas em cada recôncavo que me investi profundamente no que estava vendo. A paisagem era tão serena e ainda assim muito viva e tão visual, mal conseguia me controlar e esperar para fotografar o próximo dia. Depois desse primeiro clique, já estava completamente apaixonada por tudo o que envolve a fotografia.

Conte-nos um pouco sobre a gênese do projeto “Gardens at First Light”. Quais foram suas impressões sobre esses jardins?

– “Gardens at First Light” é uma exploração visual em profundidade de 12 surpreendentes jardins privados. Muito deles foram visitados mais de uma vez e sempre com um olhar diferente, tendo as imagens realizadas em uma única ocasião: ao amanhecer. Cada uma dessas fotos tem um sentimento e um foco diferentes, uma palheta diferente, uma seleção de plantas e uma vibração global diferente. Além disso, trabalhamos duro nos ensaios e coletando informações sobre cada propriedade, as legendas foram escritas por Judy Ostrow, e incluímos um Guia de Referência que oferece esboços desenhados à mão dos jardins e fornece informações mais detalhadas para os jardineiros mais ávidos. Nosso objetivo era fazer um livro visualmente bonito mas também uma ferramenta útil para os amantes dos jardins e jardineiros em geral.

Qual foi a fonte de inspiração para compor as fotos do livro “Gardens at First Light”?

– Esse meu segundo livro sobre jardins realmente foi inspirado pelo amanhecer e sua inconfundível qualidade de luz nessa hora do dia. Tenho dito muitas vezes que o amanhecer é minha musa, tão silenciosamente atraente e sedutora, esse é o momento perfeito do dia para capturar toda a beleza da natureza.

Como você qualificaria seu estilo fotográfico?

– Diria que minhas imagens de jardins e meus cliques botânicos tem um tom natural, iluminado e estético. Minhas fotos são gráficas com uma composição forte de beleza sem artifícios capaz de transmitir a essência de uma pessoa e o espírito de um lugar.

Quais fotógrafos você admira ou influenciaram seu estilo e carreira?

–  Quando penso em fotógrafos que mais influenciaram o meu trabalho, penso primeiro em Ernst Haas (1921-1986) que é aclamado como uma das figuras mais importantes na fotografia do século XX e é considerado um artista pioneiro na fotografia a cores; e em Jay Maisel. Ambos eram gênios da composição e tinham um sentido complexo e magistral de combinar cores. Também adoro e sou inspirada pelo trabalho de Ralph Gibson, Eliot Porter e tenho uma atração pelo trabalho espetacular dos fotógrafos britânicos especializados em paisagens e jardins como Clive Nichols, Irving Penn e William Waldron. Além de Simon Upton, Johnny Miller e posso continuar a citar nomes sem parar…

O que o termo “estilo fotográfico” significa para você?

– Para mim, “estilo fotográfico” diz respeito ao olho do fotógrafo, uma combinação do que eles escolhem para retratar e como eles capturam esse assunto. É essa fusão singular que define a visão e o estilo de um fotógrafo.

Com que tipo de projetos você sonha?

– Acabei de terminar um desafio através do meu Instagram que foi de fotografar 365 flores todo dia e a experiência foi realmente maravilhosa. Foi necessário ter um foco real e muito compromisso com o objetivo final para não perder um único dia. Em seguida, criei uma grade ilustrando o processo com cada uma dessas imagens. Falando de projetos dos sonhos, adoraria ser contratada como fotógrafa oficial dos Aman resorts, onde seria ‘obrigada’ a viajar várias vezes ao ano para todos os locais onde eles estão estabelecidos e talvez pudesse ter a minha família ao meu lado. Também adoraria fotografar jardins europeus para um projeto de livro e fazer uma sequência de múltiplos dias clicando a decoração de interiores e jardins publicados por Aerin Lauder.  

Você chega a sonhar com fotos enquanto dorme?

– A noite que antecede uma seção de fotos, confesso que tenho ‘sonhos de ansiedade’ onde desejo conscientemente que no momento de fotografar eu tenha a melhor luz do alvorescer e que o jardim ou o local a ser fotografado seja especialmente cativante. Inevitavelmente sempre me pego compondo imagens em meus sonhos. Acho que é isso que acontece quando você passa tanto tempo perseguindo uma paixão!

Se uma foto fosse uma frase, seria…

– Veja!

Portrait de Stacy Bass por Pamela Einarsen

 

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