Maison Cartier

23 de maio de 2016

Sob a insígnia “joalheiro dos reis, rei dos joalheiros” a marca Cartier estabeleceu-se como o mestre da alta joalharia francesa e, como inventor do relógio de pulso, sobreviveu aos séculos sem perder um pingo de sua geniosidade. Louis-François Cartier mudou-se para o número 29, rue Montorgueil, em Paris, em 1847, endereço de seu mestre joalheiro, aqui, Cartier começou a realizar suas atividades numa Paris suntuosa à la Napoleão III. Nessa época Cartier vai se beneficiar da proteção da família imperial graças à princesa Mathilde, prima do Imperador, que faz encomendas regulares à maison, que começa à fornecer peças exclusivas desenhadas para a Imperatriz Eugénie.

Trinta anos depois, Louis-François Cartier confia a direção da maison ao seu filho Alfred, que juntando-se ao seu filho Louis, em 1898, fazendo prosperar os negócios. Com seu reconhecido sucesso em Paris e já instalados na prestigiada Rue de la Paix, em 1899, a maison Cartier decide desenvolver negócios internacionais e, no início do século, Alfred confere a cada um dos filhos um cargo no exterior. Louis é nomeado responsável pela maison parisiense, Pierre é enviado para Nova York e Jacques se mudou para Londres. Rapidamente, a butique inglesa atrai a atenção da família real e o Príncipe de Gales comanda ao joalheiro 27 tiaras para a coroação em 1902. Dois anos depois, Jacques Cartier é nomeado joalheiro oficial da corte e em seguida Espanha, Portugal, Rússia, Bélgica, o que lhe valeu o título “joalheiro dos reis, rei dos joalheiros.”

Se o savoir-faire da Cartier atraiu as cortes reais, a ousadia e a qualidade do seu trabalho valeu-lhe um lugar de honra na história das maisons de luxo. Visionários, os irmãos Pierre e Jacques viajavam pelo mundo para encontrar novas fontes de inspiração trazendo na mala as mais belas pedras preciosas de lugares longínquos. Graças a essa aventura eles descobriram como usar a platina em joias e, em 1904, foi inventado o primeiro relógio de pulso, batizado de “Santos”, em homenagem ao aviador Santos-Dumont. A partir de então a maison multiplica suas propostas de modelos de relógios e inova no formato de suas joias, inspirando-se nas tendências artísticas de seu tempo, como Art Déco, Belle Époque e Expressionismo para dar brilho às novas coleções. Uma das maiores inovações da relojoaria nasceu em 1912 com a criação dos relógios-mistério cujos ponteiros parecem flutuar no espaço e não se percebe o mecanismo. Na verdade, os relojoeiros criaram uma ilusão de ótica para escondê-lo. Cinco anos mais tarde, uma nova proposta de relógio fez o maior sucesso: o tanque, que se tornou o modelo dos relógios de pulso.

Cartier fez história em todos os domínios e participou da emancipação feminina na sociedade, nomeando uma mulher para assumir as rédeas da maison. Personagem emblemática da moda parisiense, Jeanne Toussaint colaborou com Louis Cartier por vários anos e assumiu seu cargo de diretora da Haute-Joaillerie em 1933. Durante a guerra e sob a ocupação, Cartier se posiciona ao lado da Resistência e imagina uma peça simbólica: o famoso broche “L’Oiseau liberé”, lançado em 1944, com um pássaro na gaiola. A segunda parte do século marcou a história da Cartier e, no final de 1960, a maison passa pela primeira vez para as mãos de um industrial, Robert Hocq. Este gerencia a marca Cartier com maestria, dando-lhe um impulso mais comercial e criando muitas linhas paralelas de acessórios, algo que não impediu à Cartier de continuar supreendendo e se manter como uma referência na tradição da excelência em tudo o que faz.

IMAGEM Maison Cartier

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