Marlow Moss

13 de abril de 2017

Ela estudou com Fernand Léger em Paris, foi influenciada por Piet Mondrian no início de sua carreira e, além do seu talento ter sido pouco reconhecido, o traço mais importante da sua história artística é o fato que Marlow Moss foi uma das raras mulheres pioneiras da Arte Construtivista. Suas telas e esculturas encontram-se em exposição no Museum Haus Konstruktiv, em Zurique, até 07 de maio. Marlow Moss (1889–1958)  foi uma das fundadoras da “Abstraction-Creation”, um grupo de artistas modernos que existiu até 1937 e compreendia um fórum es^pecialmente dedicado para a Arte Abstrata.

Para contar a história dessa artista britânica injustamente esquecida, a editora alemã Hatje Cantz lançou uma monografia sobre a artista, intitulada “Marlow Moss – A Forgotten Maverick” oferecendo ao público em geral a oportunidade de descobrir ou redescobrir a arte de Moss. O catálogo contém mais de cinquenta ilustrações e numerosos ensaios assinados por autores como Lucy Howarth, Ankie de Jongh-Vermeulen e Sabine Schaschl. Além de relatar sua trajetória na arte concreta que a conduziu ao seu trabalho neo-plástico, a publicação evoca a regular e intensa correspondência que Marlow Moss mantinha com os artistas contemporâneos de sua época, Georges Vantongerloo e Jean Gorin.

No início dos anos 1930, as pinturas de Moss poderiam facilmente ser confundidas com as de Mondrian. Assim como o pintor, ela também empregava apenas as cores primárias – vermelho, amarelo, azul – e as ‘não-cores’ branco e preto para construir uma estrutura de linhas retas com planos retangulares coloridos. Gradualmente, no entanto, Moss desenvolveu seu próprio estilo independente e converteu suas obras em relevos e esculturas. Esses trabalhos tridimensionais são traduções de sua matemática precisa e formam uma obra de arte independente.

Não menos importante, a fim de afirmar-se no mundo artístico dominado pelos homens de sua época, Moss se rebelou contra as noções tradicionais de arte e gênero. Em 1919 ela desistiu do nome feminino com o qual foi batizada, Marjorie Jewel, decidindo ser chamada de “Marlow”. A partir de então, transformou completamente seu visual, cortou o cabelo curto,e passou a usar camisas masculinas e vestia-se com as calças “jodhpurs” dos cavaleiros de jockey, personificando um estilo dândi que se tornou sua marca registrada. Apesar de todos esses esforços e de sua relevância para a história da arte, a maior parte da obra de Moss foi esquecida e é mencionada, principalmente, em conexão com Mondrian.

Entre as inovações mais importantes da sua vida como pintora estão as chamadas linhas duplas, um elemento de composição dinâmico composto de duas finas linhas paralelas, que Moss usou pela primeira vez em 1930. Piet Mondrian e Jean Gorin mais tarde fizeram uso deste recurso em suas próprias composições, que se transformaram numa importante inovação no desenvolvimento de suas obras – sem, no entanto, creditar Marlow Moss como criadora do conceito.

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