Novos códigos de estilo

7 de junho de 2018

Um dos benefícios do bom gosto é poder misturar harmoniosamente mobiliário, arte e objetos raros para criar uma variedade de estilos na decoração de interiores. O exercício proporciona uma nova visão sobre uma obra de arte, abstrata ou moderna, um mobiliário tradicional ou moderno e, consequentemente, quando o contexto muda, o ambiente acompanha essa transição.

Esse é o objetivo  da exposição “New lights”, exibida até 30 de junho na Galeria François Léage, que propõe ideias criativas para fugir de uma decoração convencional ou muito temática. François Léage, antiquário parisiense especialista em objetos e mobiliário do século XVII, que domina como mestre absoluto códigos e estilos, selecionou peças emblemáticas da sua coleção e convidou artistas contemporâneos para interagir com elas, criando universos decorativos cujo resultado visual e estético impressiona pela sua harmonia. No detalhe acima, uma cômoda em marchetaria do final da época de Luís XIV é emoldurada por uma tela escultural do artista franco-americano Dorian Godin (2017) e dá suporte a uma viseira de realidade virtual, imaginada pela americana Sarah Meyohas.

Em uma outra proposta, o espelho panorâmico de Mathias Kiss, reflete o artesanato inimitável de uma carruagem principesca da Coroa da Espanha, que data do século XVIII, esculpida em madeira, moldada, pintada em vermelho e policromo sob um fundo dourado com puxadores, dobradiças e rodas em bronze esculpidos. A ideia é essa: criar paralelos entre peças tradicionais com personalidade e curvas clássicas, que podem ser assessoradas com um toque moderno e elegante. Para conferir coesão e um sentimento deliberado de estilo, um mobiliário raro pode ser colocado em destaque, como na imagem abaixo da cômoda-secretária, carimbada Simon Oeben, do início do período Luís XVI que é, ao mesmo tempo, um móvel decorativo e uma cômoda com sua fachada desenhada com detalhes em cetim e amaranto. Decorando a parede, uma tela à óleo que evoca a arte ótica do artista Victor Vasarely (1969). Essa é a proposta de François Léage: promover uma viagem no tempo para contar histórias de peças únicas, desenhadas e imaginadas por artesãos e artistas talentosos, que encantam a alma e embelezam o cotidiano com toques de arte.

IMAGEM © Ava Duparc / Galerie François Léage

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